Me diz vai, fala quem nunca se sentiu assim? Você mesmo, quantas vezes não se sentiu assim? Sozinho, sem amigos, magoado por dentro com algo desconhecido.É como se você estivesse numa Ilha em alto-mar, isolado bem lá no alto, numa gruta, naquela pedra escura e cavernosa.
E você olha para os lados, só o mar, só o nada, só as paredes do seu quarto e você encima da sua cama. Aprecia o teto, o tapete do quarto, a manchinha na parede. Uau, tem uma formiga andando, um bisoro voando! E daí? Você não tem haver com isso. E ninguém com você. O telefone não toca agora, ninguém por perto, o silêncio total. A dor do solitário é a falta de palavras. Que tal uma música? E você liga o rádio, só tocam musicas tristes, parece que foram feitas para piorar sua dor, sua solidão! Ah, que falta lhe faz um abraço, um beijo, um aperto de mão, um oi que seja. Seria tão bom. Mas ninguém aparece, parece que ninguém gosta de você. Todos temos dias assim, momentos assim, fases ruins. Ah, ninguém foi feito para sofrer não, mas sofrem, sofremos, sofreremos, você sofre. Se machuca, e se levanta novamente. É vida nova, hora de ouvir um axé, sair um pouco na rua, ver a galera, tomar uma breja, ah, dançar, vamos dançar, divertir. E deixar um pouco sua caverna no alto-mar, bem longe de você. Não chorar de novo por agora. E esperar a hora de retornar pro seu abrigo, seu refúgio, seu quarto solitário, as paredes, a manchinha, a formiga, a música triste ... e tudo quanto mais'
Natália Vieira Costa


0 comentários:
Postar um comentário