... O que te faz feliz...

sábado, 20 de agosto de 2011



20/08/2011 – O que te faz feliz? Não sei... Só vejo que muitas coisas me fazem bem, me dão muito prazer... Tudo simples demais, e incrível ao mesmo tempo...

Gosto de ver a chuva cair, o céu nublado, raios e trovões... E ler em plena tempestade, ou dormir... sentir o cheiro da terra molhada... os pássaros com as asas abertas se molhando... as árvores... o vento...

Me deixa feliz ver o pé de Mulungu todo vermelho, praticamente sem folhas, fazendo contraste com o céu azul... E acho um charme aquele oco imenso que tem na árvore, como nos filmes de terror... Aquele ‘oco’ foi causado por um raio que atingiu a árvore, tem muitos anos, mas, todo ano florece... E o chão fica forrado de flores de uma cor vermelho intenso...

Fico maluca de alegria ao ir pros meus pés de jabuticaba, e ver que do tronco até as galhas está tudo preto de tanta jabuticaba, pequenas, médias e grandes amontoadas... e subir no pé, amassando jabuticabas, e ficar lá em cima comendo, como já fiz muitas vezes...

É muito gostoso sentir o cheiro do Sapeche por todo lado na primavera e no verão... É um dos perfumes que mais gosto, me deixa tonta com o bem-estar que me trás...

Amo comer Talento de avelã... Pronto! Isso me deixa de bom humor até...

Fico perdida ao entrar numa livraria ou biblioteca, daquelas que enchem os olhos... Pra onde vou? O que ler? O que procurar? Por onde começar? E escolher uma pilha de livros pra ler... E a ansiedade de ler cada página, aguardando inesperados finais, e adquirir outros conhecimentos...

Ver os filmes que me deixam fascinada... Ouvir as músicas que gosto de ouvir... Cantar bem alto pela casa...

Olhar pro céu praticamente todas as noites... Admirar tudo, como se aquela fosse a primeira vez que tivesse olhando... Por que cada vez é única... Cada pensamento daquela noite, daquele minuto é único e diferente do que passou e do que está por vir...

Comer morango com leite condensado, juntamente com uma pessoa amada... o beijo... ahh.. não poderia ser melhor... Receber um abraço de estralar os ossos, de uma forma que me sinta amada e segura... e ficar dolorida depois! ahhh.. isso me faz bem demais...

Fico viajando ao pegar alguma livro e ir ler debaixo de alguma árvore, perto do rio... e ouvir o barulho da água correndo... Me faz feliz ir pro rio, ou pra cachoeira... as pedras, a mata ao redor, o musgo... os insetos de beira de rio... os peixinhos e os pássaros cantando pra vida... os milhares de pedras e cristais que tem no fundo da água, e como brilham com a luz do sol... E estar ali, e receber toda aquela energia que vem da natureza... Tudo puro, tudo magnífico, meu recanto, meu refúgio...

Gosto de poder ver em mim a capacidade de sempre me admirar com as coisas e acontecimentos, por menores que sejam... Por que sei que toda vez que eu ver uma joaninha na folha, eu vou amar o que estou vendo... Um inseto lindo, vermelho com bolinhas pretas... Sei que sempre que ver uma borboleta eu vou ficar procurando ver de perto, saber cada detalhe do desenho de suas asas, seja ela escura ou colorida... Sempre vou gritar minha mãe pra correr pra ver muitos canários, um casal de colerinhas, um bando de periquitos voando pelo céu, uma Siriema andando pela manga, uma ninhada de andorinhas, mesmo que isso seja comum, seja algo que aconteça todos os dias...

Gosto de perceber que minha capacidade de me admirar com esses detalhes, permanece a mesma, desde criança... Os adultos perdem isso, acham bobo quando uma criança vem correndo gritando de ansiedade e alegria por ter visto uma borboleta sair do casulo, ou ficam fascinados por ver as formigas e seguirem o caminho delas até o buraco... Acham pouca coisa quando os filhos soltam um OH! Uau! Por causa de algo que pra eles não é nada, mas que, pra mim ainda é tudo... Os ‘mais velhos’, mais ‘experientes’ são indiferentes ao que acham ser pequeno perto de seus problemas... Por que acham o trabalho, o dinheiro, as contas, a novela, as aparências mais interessantes do que o que é realmente importante... Toda vez que vejo meus gatos brincando, é como se eu tivesse vendo pela primeira vez, sempre vou achar graça... Toda vez que o Snup ou Negão pularem em mim de patas abertas, eu vou recebê-los com palavras doces, um cafuné, isso, se não poder abraça-los...

Sei que mesmo cheia de encrencas, e problemas... Mesmo que existam dores... Pretendo continuar doce... Sei que toda vez que ver o mínimo maltrato à qualquer animal, vou ficar indignada, e vai doer em mim... Nunca vou me acostumar com essas coisas ruins, por mais que aconteçam todo minuto... Não eram pra acontecer, e sempre vai me trazer tristeza, por ver que o ser humano vem se transformando pra pior... cada vez mais amargo e cruel, desprezando o amor verdadeiro e cedendo a força de lutar pela indiferença... indiferença... indiferença... indiferença ao milagre da vida que vemos todo segundo... indiferença ao mundo... por que o que se tornou prioridade para a maioria, na verdade, não é nada, não significa nada, não tem valor algum...

“ Só se ve bem o que se ve com o coração. O essencial é invisível para os olhos”. “ Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. O Pequeno Príncipe.

Natália Vieira Costa

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