Samantha...

terça-feira, 10 de maio de 2011






10/05/2011 – Meus animais sempre somem, morrem, são envenenados. É uma sina, das piores... Há um ano, levaram na minha casa uma linda labradora, cor de areia com manchas brancas, ela tinha um mês de idade, chegou dentro de um grande balde, estava com as patinhas de fora, assustada, medrosa e pesava uns 3 kilos já... Na primeira semana mostrou ser insuportável. Eu nunca tive cachorros, meus pais sempre detestaram cachorro... Era a primeira cadelinha, eu sempre sonhei com um animalzinho atentado, bagunceiro, latidor, brincalhão... Ela mostrou ser o oposto, chorona, quieta, medrosa... Mas, seria o melhor sonho e o pior pesadelo. Cerca de um mês depois, ela já estava grande demais, pesada, peluda, tinha que dormir na varanda, rasgava todos os tapetes, todos os sapatos, tudo que ela via ia para os dentes e, posteriormente para o estômago... Roupas no varal? Isso me deixava louca, louca mesmo... se eu facilitasse, ela colocava o varal no chão, como fez muitas vezes... nesses momentos eu tinha vontade de matá-la... tive que lavar as roupas de novo por muitas vezes... Ela era o demônio no corpinho de uma cadela... Quando apanhava, ela deitava no chão, fechava os olhos, e deixava que batessem, eu nunca conseguia dar mais que um tapa... Então ela abria os olhos, fazia aquela cara de DÓ que todo animal sabe fazer, saia cabisbaixa, eu saia correndo atrás e abraçava a SAMANTHA... então, ela começava a pular e me lamber como se nada tivesse acontecido, eram nossas pazes... Onde eu colocava o pé, ela colocava o focinho, nunca fui na rua andando, sem ter suas lindas patinhas atrás de mim... Ela sempre parava, cheirava todo mundo, lambia todos os sapatos, cheirava cada cachorro da rua, corria atrás de cada pássaro, galinha e perseguia sempre os mosquitos... 2011 começou, comecei ir pra faculdade, e a cada dia ao chegar ela ficava na calçada onde o ônibus parava, me esperando, quando eu saia era uma festa de pulos, latidos, granhidos, rolar para lá e para cá... As meninas diziam que quando eu não ia para a faculdade, quando o ônibus parava ela ficava lá, cheirava todo mundo, e ficava perdida, como se pensasse: CADÊ minha dona, onde ela está, o que houve? ... Então, ela adoeceu... eu tentava mantê-la presa, mas, ela gritava, chorava... Uma semana chorando presa e os vizinhos ameaçaram chamar a polícia... Soltei, e, ela virou uma cadela de rua, detestava ficar em casa, na grama dos fundos, nada a agradava, ela queria rua... Pegou alguma doença de um vira-lata, começaram a cair os pelos, feridas apareceram, emagreceu... eu a levei em vários veterinários... Dei banhos com variados sabonetes, vacinas, comprimidos... Nada adiantou, faz um mês que ela começou melhorar, engordou muito, o pelo estava quase todo crescido... Então, envenenaram a Samantha... O resto não quero contar, sofrimento demais, difícil explicar, eu não a vi morta de fato, mas, eu a vi morrendo, minha queridinha foi morrer longe... não sei em que local, mas, se despediu de mim em dois agonizantes dias e, saiu, creio que ela não queria que eu a visse morta. Afinal, eu a vi lá, deitadinha, quieta, com o olhar baixo, e eu chorei, e ela me olhou, e ela grunhiu também, de uma forma triste, não daquele jeitinho feliz que me encantava....

Natália Vieira Costa

1 comentários:

  1. Unknown disse...:

    poxa, num vo ler seus pot's mais não, sempre da vontade de chorar=(

    (na verdade vo ler sim=) ))

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