Escrever é sempre aprazível, é uma dádiva que nos permite transladar para folhas imaculadas, um pouco do que há dentro de nós de mais profundo e longínquo.
Mas falo apenas do ato de escrever, este assim como as outras expressões da Arte, é essencial para não morrermos afogados em nós mesmos. Porém, depois de escrito é outra história: as palavras tomam vida própria, e os sentimentos são diversos. Podemos ter orgulho de termos escrito algo tão bonito e inspirador, ou desprezo por algo tão horrível e inútil. Ou simplesmente ficarmos indiferentes. Podemos ficar felizes em homenagear pessoas que amamos; vê-las também felizes é uma sensação de enlevo indescritível. Contudo, podemos ainda nos arrepender de ter escrito palavras belas para quem não as merecia, e sempre que as relermos haveremos de nos recordar o quanto já fomos tolos e ingênuos.
Mas se arrepender é uma condição inata ao ser humano... E não deveria ser. Deveríamos nos lembrar dos nossos equívocos não com a amarga sensação de arrependimento e sim cientes de que podemos aprender em demasia com o que aconteceu. Por isto não deixo de escrever nunca e de refletir sobre aquilo no "agora" daquele momento ou no "depois". Eu sei que meus sentimentos provavelmente mudarão, sei que tudo o que eu sentia por alguém pode ser que chegue o dia em que eu sinta exatamente o contrário.
Mas não importa, sempre vale a pena escrever o que está acontecendo agora em nosso interior; afinal o que é a Literatura senão registros através de palavras do que se passa em nossa alma e em nossa mente, seja real ou imaginário, no momento que escrevemos?!
Autor: Renan Tempest


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